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terça-feira, 4 de agosto de 2009

QUE FAMÍLIA QUEREMOS?

A Igreja no Brasil comemora a Semana da Família, em agosto, mês das vocações. Nunca é demais refletir sobre o tema. Não só o mês de agosto tem as cores do tempo da família, mas todos os tempos são tempos da família.
Quando uma criança nasce, através do relacionamento de seus pais começa a fazer parte de uma tradição familiar que tem raízes muito mais antigas. Com o dom da vida se recebe todo um patrimônio de experiência. A este respeito os pais têm o direito e o dever inalienável de o transmitir aos filhos: educá-los no descobrimento de sua identidade, introduzi-los na vida social, na prática de sua liberdade moral e da sua capacidade de amar através da experiência de serem amados, sobretudo, no encontro com Deus. Os filhos crescem e maturam humanamente na medida em que acolhem com confiança esse patrimônio e essa educação que vão assumindo progressivamente (Bento XVI, Homilia pronunciada na missa de encerramento do V Congresso Mundial das Famílias, 9 de julho de 2006)

1. Acreditamos na família. Temos a mais profunda convicção de que ela é berço de humanidade, escola de solidariedade, lugar de encontro de pessoas, espaço de aprendizado das coisas elementares da vida, esfera onde todos podem encontrar o rosto de Deus. João Paulo II tem razão ao afirmar: “O futuro da humanidade passa pela família”.
2. Mas que família queremos? Não defendemos qualquer contrato ou consorcio, mas a fundação de uma comunidade de vida e de amor., espaço de comunhão de pessoas, âmbito de profundo e efetivo bem querer, A família nasce e se funda no encontro de um homem e de uma mulher relativamente maduros, na indizível experiência de um amor não interesseiro, homem e mulher conscientes da grandeza e do mistério de sua união e da família que fundam.
3. Os que se casam traçam em grandes linhas um projeto de vida. Não se unem de qualquer modo, sem lenço e sem documento, sem compromisso. Os que se casam dizem um sim decidido, generoso, pensado e sincero. Tudo é inaugurado com um quero que colorirá toda a vida conjugal e familiar. Os que se casam são pessoas profundamente fiéis.
4. Há um projeto conjugal, linhas de atenção para com o cônjuge. Esse projeto exige amor, renúncia, desdobramentos e atenções mútuas. Ninguém se casa pensando na eventualidade da separação. Não se pode descartar uma pessoa como um par de chinelos. O projeto conjugal comporta revisões e reorientações de rumo dentro do pano de fundo do bem querer. Ele pode se resumir na auscultação dos desejos mais profundos de um ser que resolveu partilhar a vida com um outro.
5. Há o projeto dos filhos. Os que se casam são administradores da vida, colaboradores da obra da criação. Resolvem colocar filhos no mundo e deles se ocupar com diligência, pertinácia e um grande amor. Os filhos não são coisas, mas dom de Deus aos pais e ao mundo e mesmo antes de terem nascido já foram amados por Cristo Jesus que por elas deu a vida. Nossas crianças não podem ficar entregues a si mesmas, formadas pela televisão e pela internet. Não podem ser trapos humanos.
6. Há um projeto conjugal e familiar pautado na fé cristã. Assim, os que se casam e colocam filhos no mundo iluminam suas vidas, seus dias com a claridade que vem do mistério de Cristo Jesus. Há uma espiritualidade conjugal e familiar a ser sempre de novo desenvolvida. A família não é um hotel ou um espaço para fugir são sol e da chuva, mas Igreja doméstica. Nesse contexto vale lembrar as palavras de João Crisóstomo que, por primeiro, designa a casa como Igreja. “Voltando às vossas casas, preparai duas mesas: uma para o alimento do corpo e a outra com o alimento da Sagrada Escritura. O marido repita o que foi dito na assembléia santa, a mulher se instrua e os filhos escutem. Cada um de vós faça de sua casa uma Igreja. Não sois responsáveis pela salvação de vossos filhos? Não devereis um dia prestar contas desta missão? Como nós pastores temos que prestar conta de vossas almas, assim vós, pais de família, deverão responder diante de Deus por todas as pessoas de vossa casa”.
7. Queremos famílias que não se deixem entorpecer pelo consumismo, pelo desejo de posse, sempre de novas posses, carro novo, roupa nova, tudo descartável. Queremos uma família que tenha senso crítico, que questione o mundo à sua volta, mundo de indiferença, mundo alienado, mundo sem metas e ideal, mundo que defende o desfrutar egoísta de tudo e que não manifesta interesse algum por tudo aquilo que se passa no coração dos outros, mundo que não tem escrúpulos em aliciar crianças para o tétrico mundo do narcotráfico. Queremos uma família que permita que seus filhos sejam gente, pessoas de pé e não meros robôs de uma sociedade doente.
8. Desejamos famílias abertas ao mundo e a outras famílias. Não basta que casais se encontrem com casais para coisas banais. Há uma interdependência entre as famílias que precisa ser cultivada em encontros sérios, sólidos, cheios de discernimento e iluminados pelo Espírito que mostra caminhos novos para o mundo.
9. Queremos uma família que tenha a delicadeza de buscar a Deus, que se reúna em torno da mesa das refeições e da Palavra do Senhor, pessoas que aos poucos vão aprendendo a se vestir das virtudes da ajuda mútua, do serviço, da atenção e do carinho de uns pelos outros. Queremos famílias que ofereçam a hospitalidade do coração.
10. Pensamos numa família que tenha respeito pela vida de modo muito especial pelas crianças que ainda não nasceram, respeito pela pureza das crianças que não podem ser abusadas sexualmente, respeito pelos idosos. Protestamos de modo particular contra o aborto e a eutanásia.
11. Há muitos que sofrem no seio de nossas famílias. Há casamentos que começaram mal e mal continuaram. Há paixões secretas eternamente ocultadas. Há arranhões que ardem e feridas que se recusam a cicatrizar. Há crianças sozinhas esperando um olhar de ternura, um meigo e suave afago que não lhes pode ser negado.
A família é uma célula em que os esposos se escolhem e assumem compromisso um com o outro de maneira definitiva. Aceitam, de antemão, viver juntos os imprevistos do futuro. Propõem-se a dar carne a este amanhã através dos filhos que desejam ter. Este pacto fundador é um pacto de aliança. Não se trata apenas de uma contrato privado que pode ser desfeito quando as cláusulas não são respeitadas e os compromissos não são observados. Trata-se de um pacto definitivo. Sua solidez, sua indissolubilidade são a base sobre a qual se funda um relacionamento de amor que apóia na mútua confiança. O amor que vai aos poucos se solidificando, liberta-se da sedução. Os casados se amam porque se escolheram
(D. André Vingt-Trois, arcebispo de Paris).

Agosto-Mês vocacional O SACERDÓCIO

Durante o mês de agosto, a Igreja nos convoca a rezar e refletir, com maior afinco, sobre as vocações. A palavra ‘vocação’ diz respeito a um chamamento, a uma convocação para algo. Cristo, então, chama a cada cristão para o seguimento do mandamento do Amor. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Neste primeiro domingo de agosto somos convidados a refletir sobre a vocação do Padre, um serviço ao Povo de Deus. Anselm Grün relata, em seu livro Ordem, vida sacerdotal, o que é em sua vida este sacramento de serviço.

Primeiro quero dizer que gosto do que faço. Sinto como são maravilhosas as tarefas do sacerdote: celebrar a eucaristia, celebrar a festa da vida no batismo, consolar os que estão de luto, perdoar e reerguer os culpados, acompanhar as pessoas no caminho espiritual, anunciar a palavra de Deus e inseri-la na vida concreta. Mas, para mim, ser sacerdote significa muito mais que realizar estas tarefas. Para uns eu sou, como homem, sacerdote. Fui tocado, moldado, abordado por Deus e enviado às pessoas. Tenho uma vocação para isso, uma missão que Deus me delegou para o bem-estar das pessoas. Para outros, eu fui ordenado para sacerdote. Fui abençoado por Deus, tirado por Ele deste mundo e colocado em Seu espaço sagrado, para que dentro desse espaço eu mesmo me curasse e com isso deixasse as pessoas participarem do sagrado que cura almas. [...] Para mim, ser sacerdote quer dizer crescer cada vez mais na figura de Jesus Cristo, que se doou a nós, que curou, reergueu, consolou as pessoas e tornou-as desafiadoras e videntes. Jesus Cristo é o sacerdote que nos guia a Deus. Participar desta missão, abrir os olhos das pessoas, deixar seus corações serem tocados por Deus e deixar Sua proximidade salutar e amorosa tornar-se palpável – é nisso que consiste para mim a fascinante e totalmente recompensadora missão do sacerdote. (GRÜN, 2006: 66-67).

Assim, a vocação sacerdotal torna possível a continuação do projeto evangélico de Cristo, que nos anuncia no Evangelho deste domingo: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo. 6,35).

E você, jovem, gostaria de abraçar a vocação sacerdotal?

Rezemos ao Senhor que envia mais operários para sua messe:Dai-nos, Senhor, bons e santos ministros do vosso altar que sejam atentos e fervorosos guardiões da eucaristia. Chamai ministros da vossa misericórdia que, por meio do sacramento da reconciliação, difundam a alegria do vosso perdão. Ajudai os sacerdotes, para que cumpram fielmente a missão no serviço do evangelho. Abençoai os padres, para que sintam alegria pela vocação assumida e a acolhida amiga e fraterna da comunidade. Amém.

Fonte: Frei Osvaldo Maffei, OFM

Brasil ganha cinco novos mosteiros de Clarissas

Enquanto a Ordem Franciscana vê diminuir acentuadamente o número de vocações, obrigando províncias na Europa a se fundirem, no ramo feminino do movimento franciscano, a Ordem de Santa Clara de Assis cresce no mundo todo e, no nosso país, vive um momento histórico com a abertura de cinco novos mosteiros. O último será inaugurado no próximo dia 9 de agosto, um pouco antes da festa de Santa Clara de Assis, na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul.

O Mosteiro de Santa Maria dos Anjos, em Dourados, será inaugurado às 9 horas, em celebração presidida por Dom Redovino Rizzardo, bispo diocesano de Dourados, que junto com os frades da Custódia Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora comemoram a realização de um sonho antigo, especialmente Frei Bernardo Dettling, que não poupou esforços para levar as Clarissas a esta região do país, que é a área de atuação dos frades da Custódia.
"No fundo, a mensagem franciscana e mesmo o anúncio cristão-evangélico não são completos sem a dimensão contemplativa", diz Frei Bernardo, que em suas visitas buscando apoio para a construção do mosteiro ouviu dizer que, no Brasil, as obras sociais são mais importantes que os mosteiros. "Certamente, as Clarissas não mantêm obras sociais, mas fornecem o 'combustível' para que obras sociais se realizem!', acredita Frei Bernardo, que é pároco da Igreja São José Operário.

As clarissas do Brasil ganham esses novos mosteiros exatamente no ano em que se iniciam as celebrações pelos 800 anos de fundação da Ordem de Santa Clara, ou seja, de 2009 até 2011, as Clarissas terão três anos de preparação para o Grande Jubileu de 2012(veja quadro acima). Em menos de um ano, além do mosteiro de Dourados, foram fundados os Mosteiros de Cascavel-PR (Mosteiro da Mãe da Providência), de Ourinhos-SP (Santa Maria dos Anjos), de Araputinga-MT (Nossa Sra. das Sete Alegrias) e de Feira de Santa-BA (Imaculada Conceição Mãe de Deus) .

Segundo o assistente nacional da Federação das Clarissas, Frei Raimundo J. de Oliveira Castro, as irmãs que a partir do dia 9 farão parte da nova fraternidade, virão do Mosteiro-fundador, ou seja, o Mosteiro de Santa Clara, em Anápolis-GO. “A nova fraternidade terá seis irmãs”, explica Frei Raimundo.

A presença das Clarissas na diocese se deveu muito ao apoio de Dom Redovino. "Face à difundida exigência que muitos sentem de sair da rotina quotidiana dos grandes aglomerados urbanos em busca de espaços propícios para o silêncio e a meditação, os mosteiros de vida contemplativa se apresentam como 'oásis' para que o homem, peregrino na terra, possa chegar mais facilmente às fontes do Espírito e saciar sua sede ao longo do caminho", lembra o bispo diocesano, fazendo coro ao pensamento do Papa Bento 16: "Os mosteiros contemplativos são insubstituíveis para a Igreja. São comparáveis com os "pulmões verdes", nas grandes cidades".

Frei Aluísio Alves Pereira Júnior, custódio das Sete Alegrias, enfatiza que este Mosteiro será para os membros da Família Franciscana, o "complemento que nos faltava nesta terra ao riquíssimo carisma que São Francisco e Santa Clara de Assis legaram à Igreja!"Para a Ministra da OFS-Dourados, Karla Vieira dos Santos, "aqui poderemos sentir de perto o seu modo de viver o silêncio, a interioridade e a sensibilidade".

O presidente da Fundação Terceiro Milênio, Gilmar Curioni, foi mais longe: "É importante entender as diferentes formas de doação ao reino de Deus e respeitar todas as formas de manifestar esse amor. E dentre essas maneiras de doação a clausura pede a construção de mosteiros: lugares santos dedicados exclusivamente à oração em uma sociedade com tantos monumentos que não edificam a vida humana".
O novo mosteiro em Dourados, fica na rua Sargento Moisés Soares da Silva, Q06 Lote 15 - Parque Alvorada - Dourados - MS.

Fonte: Por Moacir Beggo